PÁGINAS

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Beleza rara

Beleza rara 
Metade cara de uma outra vulgar 
Metade solução de um outro problema 
Das duas a única que vale a pena 
Quero agora suas asas cortar 
Pois sou invejoso
Não vou te negar 
Por causa da outra beleza vulgar 
Fui contaminado sem ter como curar 
Por isso lhe prendo pra te admirar 
Em uma gaiola em cima de um altar 
Mereço um castigo por não compartilhar 
A sua beleza para outros olhar 
Mas não tenho medo de alguém me matar 
O que mais me apavora é cego ficar 
Beleza rara... Vou sempre velar 
Eu que lhe prendo quero me libertar 
De seu cândido encanto furtivo ao olhar 
Desses olhares vulgares que não vem da alma 
Estou cego de tanto vê-la 
E acabo de me curar. 

® Nilo dos Anjos 19/02/02

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