Calam-se as vozes
Rompem-se as vestes
Deixam-lhe as preces
Como último conforto.
Acha-te deitado
inchado, rígido, inerte
e uma flor silvestre
em traço rupestre
na lápide que tu vestes
enfeita agora seu corpo.
Devolves ao agreste
terra castigada do nordeste
essa carne podre que está prestes
a transformar-se em adubo.
Inútil alimento para esta terra sedenta
inútil fragmento de uma vida lazarenta
onde as chagas purulentas corroídas pelas
pestes desta vida, tosca vida! vida pobre...
da ignorância se alimenta.
Mas que não nega sacrifícios
tem a esperança como abrigo
faz da fé o seu escudo
que aceita o castigo
enfrenta a fome, enfrenta a seca,
enfrenta a morte
sempre acerca
feche agora o teu jazigo.
Nilo dos Anjos
2 comentários:
Uma das minhas favoritas!
Eu sei ;)
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